No palco do Teatro J. Safra, espetáculo inédito terá três apresentações: dias 04, 05 e 06 de outubro
Após estrear no Rio de Janeiro, o musical “Com amor, Vinícius” - que mostra o lado mais humanista do poetinha ao resgatar parte de seu legado artístico e o formato de seu show – chega a São Paulo com apenas três apresentações no Teatro J. Safra, de 04 a 06 de outubro.
O espetáculo traz o ator Marcos França como o poeta e músico Vinicius de Moraes. O musical ressalta como ele tratava de questões sociais da vida, dos direitos humanos e se mostrava também preocupado com o fim das liberdades, fossem elas a de expressão, artística, e mesmo a de ir e vir.
A partir dos anos 70, quando os shows de música migraram em definitivo das boates para os teatros, Vinicius de Moraes adota um formato de apresentação que seria sua marca até morrer, em 1980. O grande poeta e compositor subia ao palco na companhia de um exímio violonista e de uma cantora de timbre marcante. Enquanto o violão foi dedilhado por Dori Caymmi, num primeiro momento, e por Toquinho (um dos seus parceiros musicais mais freqüentes), a cantoria ficava a cargo de nomes expressivos como Maria Bethânia, Maria Creusa, Clara Nunes, Marília Medalha, Joyce, Miúcha e até mesmo o Quarteto em Cy. Muitos desses encontros originaram LPs (o com Clara Nunes rendeu o histórico “O poeta, a moça e o violão”). Pois esse conceito de show é o ponto de partida de “Com amor, Vinicius -- Ou como sobreviver nesta selva oscura e desvairada”, musical de Hugo Sukman e Marcos França, que fecha a trilogia teatral composta por “Deixa a dor por minha conta”, sobre Sidney Miller, e “Nara – A menina disse coisas”, sobre Nara Leão. No novo musical, Vinicius é vivido pelo próprio Marcos França, que divide a cena com a cantora Luiza Borges e com o violonista André Siqueira, também diretor musical da montagem. O espetáculo tem direção de Ana Paula Abreu e encerra esta trilogia que forma um conjunto de peças sobre a atualidade do Brasil a partir da história da MPB.
Esse formato de apresentação não era algo engessado. Tinha um quê de informalidade. Vinicius cantava, dizia poemas e tinha com o público uma conversa franca sobre temas que julgava pertinentes. E esse clima é justamente levado à cena pelos autores e pela direção. O roteiro traz canções emblemáticas do poeta com seus muitos parceiros – Pixinguinha, Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Edu Lobo, Chico Buarque e o já citado Toquinho – misturadas a textos (poemas e trechos de cartas) e a algumas de suas falas, reproduzidas de entrevistas dadas por ele. Estão lá, por exemplo, “Janelas abertas” (com Jobim), “Gente humilde” (com Chico Buarque sobre melodia de Garoto), “Maria Moita” e “Sabe você” (ambas com Lyra), “Mais um adeus” (com Toquinho) e “Berimbau” (com Baden), entremeadas a poemas como “Pátria minha”, “Poema de Natal”, “Operário em construção” e com “A carta que não foi mandada”, entre outros.
O musical não se atém somente a emular um formato de show. O que o público irá conhecer são algumas das facetas que compuseram a persona de Vinicius de Moraes. Trata-se de um Vinicius terno (o poeta não era dado a rompantes e ataques, ao contrário de muitas celebridades de hoje), mas um Vinicius em total sintonia com questões sociais da vida, mais ligadas ao que conhecemos como direitos humanos, e também preocupado com o fim das liberdades, fossem elas a de expressão, artística, e mesmo a de ir e vir.
Para fazer desse retrato o mais fiel possível ao personagem, a dramaturgia tem como pilares três épocas diferentes. A montagem começa em 1969, com um esbaforido poeta chegando atrasado a um show devido aos protestos populares que ocorriam na cidade. Volta-se ao ano de 1964, quando o golpe militar instala-se derrubando assim o sistema democrático de governo, avançando em seguida até a década de 70, onde a narrativa estabelece-se.
Vinicius não era de meias palavras. Há o Vinicius que é cassado do Itamaraty em razão do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Apesar de avesso às formalidades daquele órgão (que o obrigava a se apresentar de terno e gravata) há, por outro lado, o reconhecimento de que o Itamaraty foi de extrema importância para moldar sua visão humanista. Foi como diplomata que ele viajou pelo país e conheceu, assim, suas desigualdades sociais. “Eu era um homem de direita tornei-me um homem de esquerda”, reconhece ele numa de suas falas. Nesses tempos em que muito se reivindica um “lugar de fala (ou da fala)”, o público poderá (re)conhecer um homem que, em nome do seu amor à vida e à liberdade, falou por todos nós, independentemente de etnia, credo e demais preferências.
FICHA TÉCNICA
Atores: Marcos França (Vinicius de Moraes), Luiza Borges (cantora), André Siqueira (violão) e
Bateria e percussão: Matias Zibecchi
Roteiro e idealização: Hugo Sukman e Marcos França
Direção: Ana Paula Abreu
Direção musical: André Siqueira
Iluminação: Luiz Paulo Nenem
Cenografia: Pati Faedo
Figurinos: Marcela Poloni e Rafaela Rocha
Desenho de som: Branco Ferreira
Programação visual: Thiago Ristow
Fotos: Rafael Blasi
Produção Executiva: Rayes Produções Artísticas
Direção de produção: Ana Paula Abreu e Renata Blasi
Produção: Diálogo da Arte Produções Culturais
Realização: Informal Produções Artísticas e Diálogo da Arte Produções Culturais
SERVIÇO
COM AMOR, VINICIUS
Apresentação: 04, 05 e 06 de outubro
Horário:
21h30 (sexta-feira)
21h (sábado)
20h (domingo)
Classificação: Livre
Duração: 70 min
Ingressos:
Plateia Premium: R$ 60,00 Plateia Vip: R$ 50,00 Mezanino: R$ 30,00 Mezanino Visão Parcial: R$ 20,00
Teatro J. Safra
Endereço: Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3611-3042
Abertura da Casa: 2 horas antes de cada horário de espetáculo, com serviço de lounge-bar no saguão do Teatro.
Capacidade da casa: 627 lugares
Acessibilidade para deficiente físico
Estacionamento
Valet Service (Estacionamento próprio do Teatro) - R$ 25,00
Horário de Funcionamento da bilheteria
Quartas – 14h às 21h
Quintas, Sextas, Sábados e Domingos – 14h até o horário dos espetáculos
Vendas online: www.teatrojsafra.com.br
Aceita os cartões de débito e crédito: Amex, Dinners, Elo, Mastercard, Visa e Hipercard. Não aceita cheques.
SOBRE TEATRO J. SAFRA
Inaugurado em julho de 2014, o Teatro J. Safra, referência como casa de espetáculo no país, traz em sua programação uma grande variedade de estilos artísticos, como shows, peças, dança, circo, ópera, teatro infantil, humor, música erudita e recitais. Com curadoria do ator Mauricio Machado e do diretor Eduardo Figueiredo, o teatro prioriza o ineditismo dos espetáculos em São Paulo e traz para a cidade apresentações exclusivas com alta qualidade artística. Para acompanhar a programação, acesse http://www.teatrojsafra.com.br/.
agênciamam - Assessoria de Imprensa do Teatro J. Safra Natália Oliveira | natalia@agenciamam.com | +55 11 3881-8882 (ramal 21)
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